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A cada 100 levados, só 18 voltam

Em comparação com o primeiro trimestre do ano passado, cai o número de veículos encontrados depois de roubados e furtados em Jundiaí; porcentagem aponta para desmanches como possível destino final.

Rafael Amaral - Agência BOM DIA
A cada 100 veículos roubados e furtados no primeiro trimestre deste ano, apenas 18 foram encontrados. Em comparação com o mesmo período, em 2010, o número de veículos encontrados caiu 4%. A porcentagem do primeiro trimestre de 2010 manteve-se semelhante à daquele ano todo, mantendo-se em 22%. Em 2009 foram encontrados 27%, o que mostra que o número vem caindo desde então.

De acordo com o delegado Antônio Dota Junior, da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), 18% é um número considerável, devido às possibilidades de uso de um veículo quando nas mãos do ladrão. O delegado afirma que os veículos mais novos e populares geralmente são dirigidos a desmanches de veículos, já que as peças desses carros são vendidas com maior facilidade. “Muitas delas vão parar em lojas de auto-peças”, argumenta.

Já no caso de carros mais caros e potentes, esses geralmente são utilizados mais para fugas e assaltos, sendo muitas vezes descartados horas mais tarde. “Isso não significa que uma pessoa que tenha um carro assim deva ficar despreocupada”, diz o delegado.

Dessa forma, um dos motivos que pode justificar a baixa porcentagem de carros encontrados em Jundiaí é que a maior parte deles se destina a desmanches. No entanto, como afirma Dota, Jundiaí, até onde se sabe, não possui desmanches de veículos e é uma cidade de rota para outras, próximas, onde os carros são “picados”.
“Não acredito em uma indústria de roubos e furtos de veículos, mas sim na existência do crime organizado.”

Cargas
A maior parte dos veículos encontrados em Jundiaí foram deixados no Distrito Industrial, o que, para Dota, tem relação com aproximação às estradas. “Eles não largam em beira de estradas.” Boa parte desses veículos ali deixados são caminhões, roubados não para serem desmanchados, mas sim por ladrões interessados em suas cargas.

Quando apenas a chave continua nas mãos.
Na madrugada do último dia 20, a caixa Valéria Aparecida Mantuan, 36 anos, dormia quando ouviu um barulho estranho dentro de sua casa, no Jardim Tamoio. Assustada, acordou o marido, Edelcio, para que ele saísse do sono e fosse ver o que acontecia.
Àquela altura, um ladrão havia invadido sua casa e o marido, ao perceber a presença do criminoso, só teve tempo de ver o momento em que ele fugia com seu carro - um Gol 1997.

Hoje, restou a Valéria e ao marido as chaves do carro e um carnê com 42 (das 48) parcelas para pagar do veículo.
Para piorar, o Gol não era segurado. Segundo a caixa, o sentimento de estar com a chave e não com o carro é horrível.
“Além disso, sentimos que não temos a quem recorrer”, explica. Atualmente, ela ainda espera - com esperança - a volta do veículo.
“Vamos esperar ainda alguns meses, para ver se ele aparece, para depois pensar em comprar outro.”

No dia do furto, o cadeado do portão da casa de Valéria foi cortado e outro carro, um Monza, dava cobertura para o ladrão. “Suspeito que tenha sido um roubo encomendado”, lamenta a dona, que hoje, com o marido, se vira no dia a dia com uma moto Honda Biz.

Destino semelhante ao carro de Valéria teve o Corsa de uma empresária que não quis ter o nome identificado. Com 52 anos, ela já teve três carros diferentes furtados, sempre no Centro, onde tem uma loja. E, dessas experiências, percebeu a importância de um seguro.
Na última vez que foi lesada, foi-se o carro e ficou as chaves, que ela guarda com o documento e as chaves dos mais antigos.
“No dia do furto do Corsa não consegui encontrar uma vaga na frente de minha loja, onde geralmente ele fica estacionado”, explica ela, cujo marido, à noite, foi buscar o veículo e não mais o encontrou.

Tanto o Gol de Valéria quanto o Corsa da empresária são modelos visados por desmanches, devido à facilidade de venda de suas peças.

Outro destino
No último dia 18, o motorista Jesus Vizotto, 47, teve Chevette 1980 furtado na Vila Rio Branco. Dentro do carro estava sua Bíblia e uma caixa de ferramentas. Horas depois, seu carro foi encontrado em Campo Limpo Paulista. “O carro é minha ferramenta de trabalho”, disse Jesus. Em contrapartida, os ladrões levaram sua caixa de ferramentas e sua Bíblia. “Espero que Deus abençoe a vida desses ladrões”, afirmou o motorista, que é evangélico.

No caso da atriz Marici Nicioli, seu carro - furtado há 15 dias - também foi encontrado, mas ela não previa que teria outra dor de cabeça. Os ladrões deixaram seu Gol 1996 em uma rua próxima da avenida dos Ferroviários, onde não era permitido estacionar.
Ao chegar ao local, ela deu de cara com o carro e, para sua surpresa, com um agente de trânsito o multando - apenas alguns minutos antes do furto, ocorrido na rua Dr. Almeida. O Gol da atriz possui um dispositivo de corte de gasolina e energia quando é movido sem sua chave. “Agora terei de recorrer para não pagar a multa.”

Outro destino possível é se tornar dublê
Como argumenta o delegado Antônio Dota Junior, outro destino possível aos veículos furtados e roubados que não são recuperados é a transformação em dublês, nos quais não somente as placas mas até o chassi são alterados.

Golpe do seguro é expressivo na cidade
Do total de carros furtados, de 15% a 20%, acredita o delegado Dota, são vítimas de golpes nas seguradoras. Neles, a vítima entrega seu veículo a um criminoso com a intenção de receber o valor do seguro. “O dono do veículo geralmente sabe que o valor pago pelo seguro é maior que aquele conseguido na venda no mercado e, por isso, muitos aderem a essa prática”, afirma o delegado. Muitas das pessoas que aderem ao golpe não tem necessariamente um passado criminoso, mas apenas desejam lucrar com um fim dado ao veículo.

Definições
- Furto
Nessa modalidade de crime, não há emprego de violência ou ameaça e, no caso dos veículos, a vítima não está presente no momento que seu bem é levado. Em Jundiaí e nas cidades da região, o número de furtos de veículos é maior que o de roubos.

- Roubo
Ocorre quando há presença da vítima, que pode ter violência e ameaças. No caso de roubo de veículo, a vítima está presente no carro. Sequestros relâmpago, em sua maioria, são registrados como roubos.

Fonte - Rede Bom Dia

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